quinta-feira, 30 de outubro de 2008

before falling drunk

Ninguém deveria passar por isso... nenhum pai devia ser obrigado a enterrar seu filho, ninguém merece essa dor, não importa o quanto tenha errado, não importa quantas vezes tenham brigado. Era apenas mais um dia, um dia como qualquer outro... se nada que o diferenciasse dos demais dias. Chegou em casa tarde da noite, tinha passado o dia nas plantações, época de colheita era sempre a pior, porque o trabalho aumentava, mas não o salário, que ainda era uma miséria. Quando chegou...encontrou a esposa, que estava bêbada mais uma vez, pensando que talvez a embriaguez a livrasse das culpas, consciência pesada é sempre um fardo terrível, algumas vezes insuportável, talvez ainda a leve ao suicídio. A criança estava no canto, apavorada, sem entender o que se passava com a mãe, que cambaleava de um lado para o outro, ainda muito pequena para entender o mundo dos adultos, apenas uma criança de sete anos, a idade da perfeição, como diria o padre. Perdida, em meio à sua confusão, a mãe não vê o que faz... brigando com seus próprios fantasmas mais uma vez, com um facão nas mãos... parecia uma louca, gritando desconexamente em meio aos delírios da bebida, acho que com algum estimulante, talvez um pouco de crack, ou maconha, quem sabe? não...talvez heroína ou LSD? Enfim...não estou bem certo, mas havia algo mais dessa vez, começou a esfaquear o ar, e eu a deixei ali... precisava de um banho... o cheiro de sour e tudo o mais, faziam essa cobrança, além do que...logo mais havia o encontro com os compadres precisava estar bem apessoado, parece que hoje haveriam novidades, ainda hoje não sei qual seria a novidade, mas nessa noite eu não pude ir... quando saí do banho, meia hora depois... encontrei o que não havia imaginado, nem em meus piores pesadelos, a esposa banhada em sangue, a criança toda esquartejada a seu lado, os soluços abafavam seu peito, enquanto parecia confusa, não sabia como aquilo tinha acontecido... "Meu Deus....o meu bebê", ela gritou... "o que eu fiz?como o fiz?" O que aconteceu? era minha pergunta, mas já sabia a resposta... Então...tive que enterrá-lo, tão pequeno, mas já tirado da vida, não que estivesse perdendo muita coisa, é verdade, mas ele tinha o direito de escolher, não importa quão horrível seja a vida... a cada um pertence o direito de escolher!!! Agora...que o enterrei, que as palavras saíram, ergo a garrafa...num brinde silencioso, uma homenagem ao meu filho, que jamais poderia tomar um gole comigo, que não me esperaria mais apavorado... com os ataques da mãe... Não havia sentido em chorar, mas as lágrimas não deixaram de cair de meus olhos por esse motivo, pelo contrário, se de lágrimas o oceano se formasse, eu teria me afogado... sufocado Não sei mais o que dizer, mas nenhum pai... deveria ser obrigado a enterrar seu filho, especialmente se for uma criança... Até cair bêbado...assim vou protestar!!! Palavras talvez não adiantem, mas...os gestos poderão valer...!!!!

3 comentários:

Unknown disse...

Oieee

q Blog legal!...gostei dos textos!
é seu, o ultimo?

Beeeijos!

Marina
http://menosinutil.blogspot.com

Menos Inútil disse...

=D

Anônimo disse...

Oieee

Vlw...bom...a maioria dos textos são meus mesmos, menois aqueles que são letras de musicas, ou que alguém escreveu....

Aliás..maneiro teu blog tbm^^

Beeeeeeijoos

www.fotolog.com/otorikaede