quinta-feira, 4 de junho de 2009

Um olhar de súplica!!!

Aquele dia já tinha comaçado mau, mas jamais pensei que dele teria que me recordar para o resto da vida. Ai, meu Deus, só de lembrar o rosto dele... eu não consigo nem raciocinar. Bom, mas contemos a história desde o início. Aquela noite não tinha sido muito boa, a noite atormentada por pesadelos, que me fizeram acordar mais vezes do que sou capaz de lembrar, ainda consigo escutar os gritos que atormentaram meus sonhos. É horrivel sonhar com crianças, as coisas parecem vívidas demais, para serem apenas sonhos. Quando às 9 hs da manhã cheguei à escola, as crianças me esperavam para a aula, é claro que estava uma barulheira infernal, mas de certo modo já me acostumei, quando entrei na sala, fez-se silêncio. A aula correu bem, as mesmas crianças bagunçaram, mas não tinha problema. Perto da hora do almoço, escutei uma gritaria no corredor, e as crianças ficaram excitadas, querendo saber o que se passava, algumas até saiam da sala, mesmo sem permissão. Então, escutei os gritos de uma outra professora, nossa, ela parecia desesperada, como se algo ruim lhe tivesse ocorrido, então saí da sala. Quando cheguei ao corredor, deparei-me com a seguinte cena: um garoto de uns 10 anos, mais ou menos, com as mãos nas costas e dizendo: "-'fessora, eu não peguei, foi outra pessoa, não eu!" Sua expressão era angustiada, mas a professora aos berros dizia: "- Seu desgraçado, filho da puta!! Foi você sim, devolva os meus brincos! Eu vi quando você os pegou, o seu pai é um ladrão e te ensinou a roubar, mas a mim você não roubará! Devolva os meus brincos, eu tô falano sério! Se 'ocê não me devolvê, eu vô chamá a polícia..." Ao ouvir as palavras da professora, fiquei paralisada, meu Deus, que linguajar mais xulo... onde já se viu uma professora falar daquela maneira? Entretanto, o que mais me chocou foram as lágrimas nos olhos do pequeno e seus gritos: "-Meu pai num é ladrão não, 'fessora, quem foi que disse isso? Eu vou matar o mentiroso!Meu pai é gente honesta e trabalhadora, nunca roubou na vida não, sempre fez as coisas direitas." Mas a professora parecia cega, sua cara estava vermelha, como se tivesse corrido durante horas, aos berros, a saliva se espalhando ao seu redor, seus olhos saltados, como se fossem cair do rosto...parecia uma louca; então de repente, ela ligou o celular, chamou a polícia, deu o endereço da escola, pediu uma viatura porque tinha um ladrão na escola, ao desligar, sentou-se e continuou a gritar com o pequeno. Meia hora depois, a polícia chegou com uma viatura, as luzes acesas, o alarme soando em disparada. Ao entrarem na escola, todas as crianças olhando a cena apavorados, parecia alguma cena de filme norte-americano, apesar de apavorados também estavam excitados como se algo bom fosse acontecer, no ar havia uma expectativa tão grande que era quase palpável. O policial entrou e perguntou: "- Cadê o delinqüente, madame? Fala que nós vamos dar uma solução nos problema dele." Todo pomposo e emproado, como se estivesse salvando o mundo!!! A professora então apontou o pequeno e o policial voltou a dizer: "- Ah, mas esse realmente tem cara de ser um filho da puta, hein dona? Vamu lá, muleke, que agora tu vai tê que se explicá aqui pra mim. Que é que "cê fez?? Roubô a dona professora? Confessa sujeito mau caráter, que as coisa ficarão mais simples pr'ocê!!" O menino olhou para a professora e depois para o policial e disse: "-Seu policial, eu não fiz nada, foi outro moleque lá da sala, mas a dona não gosta de mim, então ela disse que fui eu, mas não fui eu que roubei os brincos dela, não!" É claro, que entre a palavra do pequeno e a da professora, o policial acreditou na professora, e nenhum de seus colegas de turma o defendeu. Eu continuava paralisada no mesmo lugar, não conseguia me mover, era como se algome mantivesse colada ao chão! Tentei falar, mas a voz não saía! O policial então, segurou no braço do pequeno e o jogou na viatura, algemado, a expressão de seu rosto era súplice, como se dissesse: "-Eu não fiz nada, alguém por favor acredite em mim! Eu não sô ladrão! Professoraaaa, me livre disso, eu imploro!" Então, ele nos olhou e havia em seu olhar uma tal expressão, que eu senti que algo dentro de mim morria, mas vi que não era apenas eu quem me sentia assim, porque em seus olhos estava uma acusação silenciosa que era pior do que qualquer coisa que alguém pudesse dizer. Antes do policial fechar a porta ele gritou bem alto, para que todos o escutassem: "-'fessora, 'cê só fez isso pra mim, porque eu não quis botá as mãos na sua teta e vagina? Ou porque eu não deixei que segurasse o meu 'saco'?" O policial deu-lhe uma pancada com o cacetete, mas ele ainda continuou consciente, a professora tinha o rosto branco, de medo e de susto. Pensei: "-Talvez ela tenha feito algo errado realmente, para estar assim tão branca!" Mas naquele momento não me preocupei com isso. Apenas com a cara do policial, de um ser que está plenamente ealizado, quase como se tivesse tido um orgasmo, a sua expressão mostrava que uma tal felicidade que era impossível não ver, ainda virou-se e nos disse:"-Se preocupem não, professores, nós vamu dar um jeito no muleke, e dona...se preocupa não, que nós vamos devolver seus brinco, qualquer coisa nóis avisa!" Andou um pouco, parou e virou-se para nós de novo:"- Ah!! Fico feliz que nos tenham chamado, a gente tava muito parado, sem nada pra fazer, esse menino vai dar uma trabalhera danada!" E saiu, rindo... Ligou a viatura, e saiu a toda velocidade. Mas quando olhei a traseira da viatura, vi o pequeno, nos olhando e seus olhos carregados de lágrimas já derramadas e de outras que ainda não derramara, mas que certamente cairiam antes do fim do dia. Eu não fiz nada, não posso dizer que pudesse ter feito alguma coisa, mas também sei que nem tentei, estava por demais horrorizada, e talvez presa em meus próprios problemas que nem tentei ajudar o menino. Já se passaram muitos anos desde aquele incidente, mas eu ainda trago na memória, a expressão daquele pequeno e ainda penso: "-Que terá acontecido com ele? Será que ainda vive? Se vive, que fará da vida?" Mas o pensamento que mais me atormenta é: "-O que eu poderia ter feito para impedir que o pequeno fosse preso?" Acho que dentro de mim, há a culpa, de saber que eu não fiz nada!!!

quinta-feira, 12 de março de 2009

By my side

Where are you going? Where are you going? Can you take me with you? For my hand is cold, and needs warmth, where are you going? Far beyond where the horizon lies where the horizon lies, and the land sinks into, mellow blueness, oh please, take me with you! Let me skip the road with you I can dare myself I can dare myself I'll put a pebble in my shoe And watch me walk (watch me walk) I can walk and walk! I can walk! I shall call the pebble Dare I shall call the pebble Dare We will talk, we will talk together We will talk about walking Dare shall be carried And when we both have had enough I will take him from my shoe, singing: "Meet your new road!" Then I'll take your hand Finally glad Finally glad That you are here By my side By my side By my side By my side

terça-feira, 10 de março de 2009

Férias

Bom...férias, um período tão bom quanto chato, um tempo que a gente tem bem livre, para pensar, para refletir, para fazer de tudo um pouco enfim; mas que também nos fz ver que algumas coisas não valem a pena, não de verdade, são apenas momentâneas ilusões, que fazem o coração bater acelerado e de repente já não é mais nada. Simplesmente acabou! Assim são as férias, pelo menos para mim rs, de repente não vejo a hora de começarem as férias, e quando estou de férias quero que logo acabem. O tempo é deveras relativo, horas parece passar tão depressa e outras horas tão devagar...que parece não terminar nunca, ou talvez terminar cedo demais. E eu fico pensando para que serve a vida? Por que é assim e não de outra maneira? Por que será que as vezes o melhor caminho para se aprender é a dor? Por que tantas incertezas? Por que tantas desigualdades? Se afinal de contas todos vamos para um mesmo lugar? Todos morreremos, não importando no que acreditamos, se haverá vida após a morte, se há reencarnação e todas essas coisas...não importa, mas afinal de contas todos morrem, uns duram mais e outros menos, mas... da morte ninguém escapa. Ela está sempre ali, espreitando nas esquinas, em cada curva ela pode estar nos esperando. Bom...isso que as férias fizeram comigo, rs, fiquei pensando em morte, que trágico, mas de qualqer modo, ainda vale a pena viver, se não pelos bons amigos, pelo menos pelas boas coisas que a vida pode oferecer! Para não ficar apenas nas minhas palavras: uma letra de música: What this life is for? Vivas para a criança que fez tudo isso Se há algum caminho, porque a resposta te engana Seu papel é descansar, eles sabiam exatamente o que fazer Suas almas estão perdidas, porque eles nunca descobriram Prá que esta vida Eu vejo sua alma e ela tem uma cor cinza Eu vejo seu coração, e você olha ao redor Você vê meu pulso, Eu sei da sua dor Eu sei o motivo do seu plano Não faça a última oração, porque você nunca entenderá Prá que esta vida Mas eles não estão mais aqui Não precisa colocar o marcador Porque todos nós vivemos sob as regras de um rei

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Hero

Estou tão alto, que posso ouvir o céu Estou tão alto, que posso ouvir o céu Pára, mas o céu... não, o céu não pode me ouvir E dizem Que um herói viria nos salvar Não vou ficar aqui parado esperando Me agarrarei nas asas de uma águia Observe enquanto voaremos para longe Alguém me disse Que o amor nos salvaria Mas, como pode ser? Olha o que o amor nos deu? Um mundo cheio de assassinatos E sangue jorrando Esse mundo nunca existiu Agora que o mundo não está acabando É amor que estou te enviando Este não é o amor de um herói E é por isso que temo que não chegará E eles estão nos vendo Eles estão nos vendo Enquantos voamos para longe Letra de música....

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Be old

A vida passa e não perdoa a ninguém, ela não nos dá a oportunidade de corrigir nossos erros, simplesmente passa e é como se corressemos contra o tempo, não existem desculpas nem nada que nos faça voltar atrás, as poucas vezes em que temos uma segunda chance, a gente deixa passar... É sempre assim, não é? Todo dia é uma bagunça, uma confusão sem fim... estamos perdidos em meio às muitas palavras e o silêncio também não colabora muito mais, nos perdemos realmente e nem sempre admitimos isso. Não é fácil voltar atrás, mas é um impulso que não controlamos, sempre queremos algo mais. No entanto a vida sempre estará nos surpreendendo, mas será que algum dia, quando a velhice tiver chegado, quando não houver ninguém ao nosso lado para nos consolar, para nos fazer ver as coisas boas que ela ainda nos oferece, quando não pudermos mais ter as coisas que queríamos...enfim, será que olharemos para trás e diremos que gostaríamos de ter vivido de modo diferente?? O tempo sempre passará, mas algumas coisas a gente pode realmente ter, é só lutar, mas não é fácil, algumas decisões que tomamos afetam muito mais do que apenas a nós mesmos. E nem sempre é fácil conviver com esse fato, bem o sei... Quando envelhecer, e isso infalivelmente irá ocorrer, a menos que se morra cedo, mas se não... teremos tantos arrependimentos? Ou poderemos simplesmente dizer, eu fiz tudo que estava ao meu alcance, para ser o melhor, se não para os outros, para mim mesmo. Quais serão as perguntas que nos faremos nesses dias??

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Nadie^^

Si solo soy para siempre voy navegar y siempre sabré que las cosas seran mucho más do que lo quisieras imaginar todo un dia no será más, todo un dia morirá, pero la esperança siempre se quedará en las mientes, como un sonido que no se olvida, como una palabra que no se cambia... es una recordación, pero es la muerte. Sin saber nadie, solo sacando y quitando la vida... y dejando todo terminar, sin sentido, sin compreensión... nadie más... un silencio y un sonido que no se hacen compreender!!!!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

before falling drunk

Ninguém deveria passar por isso... nenhum pai devia ser obrigado a enterrar seu filho, ninguém merece essa dor, não importa o quanto tenha errado, não importa quantas vezes tenham brigado. Era apenas mais um dia, um dia como qualquer outro... se nada que o diferenciasse dos demais dias. Chegou em casa tarde da noite, tinha passado o dia nas plantações, época de colheita era sempre a pior, porque o trabalho aumentava, mas não o salário, que ainda era uma miséria. Quando chegou...encontrou a esposa, que estava bêbada mais uma vez, pensando que talvez a embriaguez a livrasse das culpas, consciência pesada é sempre um fardo terrível, algumas vezes insuportável, talvez ainda a leve ao suicídio. A criança estava no canto, apavorada, sem entender o que se passava com a mãe, que cambaleava de um lado para o outro, ainda muito pequena para entender o mundo dos adultos, apenas uma criança de sete anos, a idade da perfeição, como diria o padre. Perdida, em meio à sua confusão, a mãe não vê o que faz... brigando com seus próprios fantasmas mais uma vez, com um facão nas mãos... parecia uma louca, gritando desconexamente em meio aos delírios da bebida, acho que com algum estimulante, talvez um pouco de crack, ou maconha, quem sabe? não...talvez heroína ou LSD? Enfim...não estou bem certo, mas havia algo mais dessa vez, começou a esfaquear o ar, e eu a deixei ali... precisava de um banho... o cheiro de sour e tudo o mais, faziam essa cobrança, além do que...logo mais havia o encontro com os compadres precisava estar bem apessoado, parece que hoje haveriam novidades, ainda hoje não sei qual seria a novidade, mas nessa noite eu não pude ir... quando saí do banho, meia hora depois... encontrei o que não havia imaginado, nem em meus piores pesadelos, a esposa banhada em sangue, a criança toda esquartejada a seu lado, os soluços abafavam seu peito, enquanto parecia confusa, não sabia como aquilo tinha acontecido... "Meu Deus....o meu bebê", ela gritou... "o que eu fiz?como o fiz?" O que aconteceu? era minha pergunta, mas já sabia a resposta... Então...tive que enterrá-lo, tão pequeno, mas já tirado da vida, não que estivesse perdendo muita coisa, é verdade, mas ele tinha o direito de escolher, não importa quão horrível seja a vida... a cada um pertence o direito de escolher!!! Agora...que o enterrei, que as palavras saíram, ergo a garrafa...num brinde silencioso, uma homenagem ao meu filho, que jamais poderia tomar um gole comigo, que não me esperaria mais apavorado... com os ataques da mãe... Não havia sentido em chorar, mas as lágrimas não deixaram de cair de meus olhos por esse motivo, pelo contrário, se de lágrimas o oceano se formasse, eu teria me afogado... sufocado Não sei mais o que dizer, mas nenhum pai... deveria ser obrigado a enterrar seu filho, especialmente se for uma criança... Até cair bêbado...assim vou protestar!!! Palavras talvez não adiantem, mas...os gestos poderão valer...!!!!